Bossa Nova
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Em 1956 o poeta e diplomata Vinicius de Moraes procura o instrumentista, ainda não tão famoso, Tom Jobim para musicar seu espetáculo Orfeu da Conceição. Mais ou menos nesse período, o baiano João Gilberto, desiludido com a modesta carreira no Rio, parte para o Sul e depois para Diamantina-MG, onde passou dias recluso na casa da irmã experimentando uma nova forma de tocar violão. Essa batida é apresentada a Tom que a insere em duas músicas do álbum de Elizeth Cardoso de 1958. Tom logo negocia com os diretores da Odeon a produção de um disco individual de João, o lendário Chega de Saudade, de 1959. Ruy Castro distingue os criadores da Bossa Nova entre a Turmona (João, Vinícius e Tom) e a Turminha, jovens da classe média carioca, alguns inscritos no Sinatra-Farney Fan Club, que buscavam um jeito mais moderno e alegre de tocar, distante dos Sambas-Canção de Antônio Maria, também apelidados de Sambas de Fossa. A Turminha, Roberto Menescal (O Barquinho), Carlos Lyra (Você e Eu), Ronaldo Bôscoli (Lobo Bobo) e outros correram a imitar a batida do mestre e logo o ritmo de acordes alterados e canto intimista se espalhou pelo país. São muitas as influências de João Gilberto: Johnny Alf (Eu e a brisa), Newton Mendonça (Desafinado), João Donato (A rã), etc. E mais ainda os influenciados, como os irmãos Marcos e Paulo Sérgio Valle (Samba de Verão) e as cantoras Sylvia Telles, Leny Andrade e Nara Leão, que reunia em seu apartamento muitos bossanovistas em estágio ainda “embrionário” da bossa.
Sambalanço e Afro-sambas
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Também brilharam nos anos 60 outros dois tipos de composição derivados da Bossa Nova. Aproximando a moderna Bossa da música brasileira mais tradicional, surgiu o Sambalanço, de Miltinho (Palhaçada) e Orlandivo (Tamanco no samba) com sua onomatopeias “esquindô”, “teleco-teco” e “ziriguidum“. Já os Afro-Sambas foram resultado de um álbum de 66 de Vinicius de Moraes e Baden Powell, jovem violonista da noite carioca ainda sem o prestígio que viria a ter. A convite do poeta, os dois encerram-se em um apartamento no Parque Guinle, no Rio, e compuseram, com muito uísque e cerveja, oito faixas que mesclam vários elementos da cultura e da música africana ao samba que, por sua vez, já havia ganhado recentemente um incremento bossanovista. Por sua inspiração africana, o álbum traria alguma atmosfera baiana à obra de Vinicius, embora até esse momento nem ele nem Baden fossem muito ligados à Bahia. A canção mais famosa do disco é Canto de Ossanha, mas outras composições do poetinha trazem essa mesma marca, como Berimbau, que, segundo Ruy Castro, popularizou o instrumento na década de 60.
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