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Alegria imensa vencer o Prêmio Cidade Belo Horizonte de 2019, na categoria Dramaturgia.Concurso Nacional, com apenas um premiado por categoria (Dramaturgia e Romance), e eles escolhem essa peça que gosto tanto, que escrevi com tanto carinho por volta de 2017. Lembro de reunir alguns amigos para beber vinho e fazer uma leitura dramática da peça no apartamento que morava já com a Camila. Noite deliciosa. Ali apresentei a peça aos amigos pela primeira vez. Depois mexi e remexi nela e hoje “O Chiste – Comédia inspirada em um chiste húngaro recolhido por Freud”, me dá essa alegriaObrigado ao carinho de quem me apoia sempre, Camila Vaz, meus pais, minha irmã Rúbia Maroli. E claro, o pequeno Dante que me inspira tanto…

https://www.diariodoaco.com.br/noticia/0092797-dramaturgo-do-vale-do-aco-leva-o-premio-cidade-belo-horizonte?fbclid=IwAR1s-1G44oS0PaNIL4Wk0hIg3mni8pLy69KNK98y7nyI2Dry-rtjQbL4zu4

Axé-Music

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#axemusic

O Axé-Music surgiu nos anos 80 do encontro dos blocos de trio (que tocavam o Frevo-Baiano tributário de Dodô e Osmar) com os blocos afros (onde imperava o Samba-Reggae). A fusão se deveu principalmente a Luiz Caldas e Sarajane que lançaram em 1985 a música Fricote (também conhecida como Nega do cabelo duro). Dois anos depois, o sucesso de Margareth Menezes com Faraó Divindade do Egito consolidou o sucesso do gênero. Em seguida, marcando também os anos 90, vieram Banda Mel (Baianidade Nagô), Asa de Águia (Não tem lua), Cheiro de Amor (Vai sacudir, vai abalar), Chiclete com Banana (Cara Caramba), Daniela Mercury (O Canto da Cidade), Ivete Sangalo (Festa) e Netinho (Milla). Além dos grandes blocos afros que para Jairo Severiano foram as “principais fontes de inspiração da parte rítmica do gênero”, como Olodum (I miss her), Ara Ketu (Mal acostumada) e Timbalada (Beija Flor), de onde veio Carlinhos Brown, um dos inventores do Samba-Reggae.

Pagode Baiano ou Quebradeira

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#pagodebaiano #quebradeira

A década de 90 ainda viu despontar o chamado Pagode Baiano ou Quebradeira. Como o nome sugere, surgiu na Bahia misturando o Samba-Reggae, o Samba de Roda e o Pagode, além de ritmos oriundos do Candomblé. Com forte presença de instrumentos percussivos, sobretudo o repique, que marca o acento da música, o Pagode Baiano buscava sustentar-se em refrãos simples e letras de duplo sentido, normalmente de cunho sexual, que inspiravam coreografias que eram aprendidas em todo o país a cada verão. Com o estouro em 1995 da Melô do Tchan, do grupo Gera Samba, que depois se desdobraria no É o Tchan (Boquinha da Garrafa), abriu-se uma grande porta comercial por onde passaram grupos como Harmonia do Samba (Vem Neném), Terra Samba (Carrinho de mão), Companhia do Pagode (Dança do Maxixe) e Gang do Samba (Raimunda).

Vanguarda Paulista

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Nos anos 70 começou a surgir a possibilidade da produção de “discos independentes”. Na década de 80 essa já era uma realidade maior e um grupo de artistas paulistas – alguns estudiosos de música de vanguarda e música erudita da Escola de Comunicação e Artes da USP – começaram a produzir suas próprias gravações sem precisar ajustar seus projetos às expectativas comerciais das gravadoras. Essa liberdade permitiu que se produzisse uma música mais alternativa, de menor apelo comercial, que era apresentada principalmente no Teatro Lira Paulistana, no bairro de Pinheiros, em São Paulo, onde o público ia, segundo Wilson Souto Jr., um dos sócios-proprietários do local, exclusivamente para apreciar as propostas artísticas, e não tanto para conversar, beber ou dançar. Integram o movimento, que durou de 79 à 85, além de Arrigo Barnabé e Itamar Assumpção (ícones dessa geração), as cantoras Ná Ozzetti e Tetê Espíndola e as bandas Premeditando o Breque, Grupo Rumo e Língua de Trapo, entre outros.

Mangue Beat

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A partir das bases do guitarrista Robertinho do Recife, que fez sucesso nos anos 70 e 80 e da forte cultura musical de Pernambuco, berço do Frevo e do Maracatu, alguns músicos recifenses inauguraram em 1991 o movimento de contracultura conhecido como Mangue Beat (abreviação de Manguezal + Beat, batida em inglês).  O movimento, que vai além da música, procurou denunciar o abandono econômico-social do mangue e a desigualdade social da cidade. O caranguejo, principal representante da fauna do manguezal, cuja captura é o meio de sobrevivência de muitos trabalhadores, tornou-se símbolo do movimento. Mesclando ritmos regionais (principalmente o Maracatu) com o Rock, o Hip Hop, o Funk e a Música Eletrônica, Chico Science & Nação Zumbi e Fred Zero Quatro, da banda Mundo Livre S/A, encabeçaram o movimento que faria florescer da lama do mangue bandas como Mestre Ambrósio, Comadre Fulozinha e Banda Eddie; além de compositores como DJ Dolores e Otto, ex-percussionista do Nação e do Mundo Livre S/A.

Congado e Tambor Mineiro

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A partir dos anos 90 o Congado Mineiro teve uma maior penetração no âmbito comercial da música popular brasileira. Um dos principais responsáveis por ampliar a força do ritmo foi o instrumentista, cantor, compositor, ator e empreendedor cultural Maurício Tizumba, criador do grupo teatral Companhia Burlantins e do grupo de percussão Tambor Mineiro. Embora os registros mais antigos da coroação dos reis dos Congos sejam de Pernambuco (ambiente que germinou o Maracatu), Minas Gerais também é uma forte referência para a festa. O Candombe, ritual de canto e dança religioso do Quilombo do Açude, na Serra do Cipó, é uma das mais antigas expressões do Congado Mineiro e fonte de inspiração para os tambores de diferentes artistas. Tizumba ajudou a propagar a cultura afromineira tocando com grandes nomes da música nacional, como Chico César, e acolhendo exímios parceiros mineiros, como Titane, Sério Pererê e Marina Machado, também fundadora do Grupo Burlantins. No Vale do Aço, o grupo Valentinas tem representado bem o movimento explorando a música afromineira em união com o Maracatu.

Renovação da MPB (90)

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E a MPB seguiu se renovando e se modernizando nos anos 90. A ala feminina ganhou pelo menos quatro mulheres que impactaram a música brasileira no final da década de 80 e início dos anos 90: as cantoras e compositoras Marisa Monte, Zélia Duncan e Adriana Calcanhoto e a intérprete Cássia Eller. A década ajudou a consolidar também a carreira de alguns artistas que já tinham algum percurso na área, mas não muita fama ainda. Por volta dos 30 anos de idade, Lenine, Zeca Baleiro e Chico César viram a carreira decolar.  Também ocorreu de alguns cantores do BRock seguirem carreira solo ampliando seus repertórios à exemplo do que já havia feito Cazuza nos anos 80. Na virada das décadas, Paulo Ricardo deixa o RPM e segue um caminho mais romântico. Em 1991, Paulinho Moska deixa os Inimigos do Rei e em 92 Arnaldo Antunes deixa o Titãs; em 95 Nando Reis, também ex-Titãs, lança seu primeiro disco solo. Segundo Jairo Severiano, aumenta também a lista de filhos de celebridades. Dentre tantos, destaque para Moreno Veloso, Mart’nália, Bebel Gilberto e Sandy e Júnior.

Pagode e Partido Alto

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O termo Pagode é usado desde o Século XIX para designar festas que ocorriam nas senzalas. Mas é só com a renovação do Samba nas décadas de 60 e 70 é que ele passa a ser mais amplamente usado como uma derivação do samba. O gênero floresceu principalmente no bloco carnavalesco “Cacique de Ramos”, no bairro de Ramos, subúrbio do Rio. A convite do ex-jogador do Vasco, Alcir Portela, Beth Carvalho visita o bloco e traz o Pagode para seus discos tornando-se madrinha do ritmo. A madrinha tratou logo de lançar o Grupo Fundo de Quintal, de Almir Guineto (Não quero saber mais dela), Jorge Aragão (Coisinha do pai), Sombrinha (Só pra contrariar) e Arlindo Cruz (Camarão que dorme a onda leva). E também amadrinhou Zeca Pagodinho (Judia de mim) que já traz o ritmo no nome. O Pagode acabou se apropriando muito do Partido Alto, tipo de samba folclórico dos batuques presentes em Minas e na Bahia, marcados por versos improvisados e por uma estruturação fixa da canção e do refrão, como ocorre em Samba pra Moças e Bagaço da Laranja. Famosa partideira, Clementina ganhou até música: P.C.J. Partido Clementina de Jesus.

Pagode de Butique

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Na esteira do Pagode que despontou no final dos anos 70, oriundo sobretudo da quadra do Cacique de Ramos, no Rio, surgiu na década  de 80 e, principalmente em 90, o Pagode de Butique, ou Pagode Romântico, ou ainda, Pagode Paulista. Na maioria, grupos paulistas, descritos por Jairo Severiano como “praticantes de um samba-pop assemelhado ao Sambão Joia”, ou, nas palavras de Tárik de Souza um “…samba pop inspirado na balada romântica”. Apostando em instrumentos eletrificados e letras extravagantemente sentimentais, o Pagode de Butique virou um fenômeno comercial emendando vários sucessos cantados por grupos como o pioneiro Raça Negra (Cheia de Manias), Katinguelê (Inaraí), Negritude Júnior (Cohab City), Exaltasamba (Me apaixonei pela pessoa errada), Soweto (Refém do coração) e, uma das exceções à regra paulista, o mineiro Só Pra Contrariar (Que se chama amor), que acabou tornando-se um dos recordistas de vendas de todos os tempos com o lançamento de 1997 que atingiu a marca de 3,6 milhões de discos.

Anos 70

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O Brasil tem 8.516.000 km2 e 26 Estados, mas acostumamos a chamar de Regional tudo o que se passa fora de uma pequena área do Sudeste. Segundo Jairo Severiano, a “geração do sufoco”, dos duros anos 70, foi marcada pela expansão dos “regionalismos” (artistas fora do eixo Rio-São Paulo) em nível nunca antes registrado. Os sucessos de artistas mineiros e baianos nos Festivais Televisivos da década de 60 talvez teve alguma participação nesse esforço de unificação que tanto enriqueceu a música brasileira nos anos 70. Para citar apenas alguns, da Bahia vieram os Novos Baianos (Preta Pretinha), A Cor do Som (Beleza Pura) e Simone (Começar de Novo, canção-tema de Malu Mulher). De Pernambuco, despontaram Alceu Valença (Anunciação) e Geraldo Azevedo (Dia Branco). Da Paraíba, Zé Ramalho (Admirável Gado Novo) e sua prima Elba Ramalho (Banho de Cheiro). De Alagoas fez sucesso a partir de 73 Djavan (Fato Consumado). Do Rio Grande do Sul projetaram, após carreira na banda Almôndegas, os irmãos Kleiton e Kledir (Fonte da Saudade). Do Pará, Fafá de Belém (Sob Medida). E do Mato Grosso do Sul Tetê Espíndola (Escrito nas Estrelas).

Pessoal do Ceará

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Ainda no fluxo dos sucessos de artistas com carreiras fora do eixo Rio-São Paulo, despontou no cenário nacional o grupo que ficou conhecido como Pessoal do Ceará. De Sobral, veio Belchior, autor de Como nossos pais, sucesso novamente na voz de Elis Regina e Apenas um rapaz latino americano. Da cidade de Orós, veio Raimundo Fagner, que compôs com Belchior a canção Mucuripe e fez sucesso também como intérprete de músicas como Noturno. Da capital Fortaleza, vieram Ednardo, autor do sucesso Pavão Maravilhoso, tema da novela Saramandaia e Amelinha, vice-campeã do Festival MPB-80 com a canção Foi Deus que fez você.

Mulheres 70

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Assim como os anos 70 foram marcados por maior presença de artistas fora do eixo Rio-São Paulo, também o fim da década registrou o aparecimento de mais cantoras-compositoras. Desde os anos 30, quando Carmen Miranda começou a romper o machismo da época, o mercado musical vinha acolhendo melhor a presença feminina. Segundo Jairo Severiano, na terceira década do Século XX, havia dois cantores para cada cantora. Ao longo dos anos a realidade foi melhorando, com algumas compositoras, como Dolores Duran, também marcando presença.  O cenário dos anos 70 já era um tanto diferente. Reunia renomadas artistas dos anos anteriores que se somavam às revelações do final da década como Ângela Ro Ro, compositora de Amor, meu grande amor, Marina, parceira do irmão poeta Antonio Cícero em várias canções como Fullgás e Charme do Mundo; Joanna, compositora de Descaminhos; e Fátima Guedes, compositora da potente Onze Fitas. Quase simultaneamente ao lançamento dessas compositoras, apareceu Zizi Possi, cantora, intérprete de Asa Morena, Pedaço de mim e outros sucessos.

Samba-Rock

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Também na década de 60 outra fusão importante entre o samba tradicional e a música jovem foi sintetizada, principalmente, por Jorge Ben (País Tropical), ícone do que ficou conhecido como Samba-Rock. Buscando adaptar o compasso binário do Samba ao compasso quaternário do Rock e misturando influências que iam desde a Bossa Nova ao Rhythm and Blues e ao Rockabilly, os artistas do Samba-Rock reinventaram o Samba na guitarra. Além de Jorge Ben, que transitou na “Jovem Guarda”, no “Fino da Bossa” e no movimento “Tropicalista”, o gênero foi ganhando cada vez mais adeptos na década de 70 e 80 como o Trio Mocotó (Eu Também Quero Mocotó), Luis Wagner (Guitarreiro), Bebeto (A beleza é você menina) e Branca di Neve (Nego Dito). E segue vivo ainda hoje com Marco Mattoli e seu Clube do Balanço.

Pilantragem

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A produção musical dos anos 60 foi marcada pelo engajamento político das canções de protesto. Seja nos conteúdos das letras, como fez Vandré e Edu Lobo, ou em uma contestações mais estética como fez a Tropicália, os artistas buscavam uma reação à Ditadura. Menos preocupada com o engajamento político era a Jovem Guarda e menos ainda o movimento que Carlos Imperial empreendeu quando suas fórmulas para o Ie Ie Ie começaram a desgastar. Com Wilson Simonal ele lançou a Pilantragem, dando destaque ao deboche e a falta de princípios em contraste com a música universitária engajada. Inspirados nos estadunidenses Herb Alpert (do Tijuana Brass) e Chris Montez, buscavam aproximar o Samba do Rock e do Soul. Além da fusão entre o samba e a música jovem, o movimento era marcado por um forte apelo comercial, com grande aposta no envolvimento constante da plateia.

Emblema da época é Nem vem que não tem, com letra de Imperial, arranjo de Cesar Camargo Mariano e voz de Simonal. Em 68, Nonato Buzar (Vesti Azul) formaria ainda o grupo Turma da Pilantragem, mas o movimento enfraqueceu com as polêmicas acusações de alinhamento de Simonal com os militares.

Soul Brasileiro

Derivada da música Gospel e do Blues, a chamada Soul Music nasceu nos anos 40, mas só estourou no Brasil depois de Tim Maia retornar de sua temporada nos E.U.A., após vê seus amigos Roberto e Erasmo ganharem espaço na TV brasileira. A estreia deu-se com These are the songs, dueto com Elis Regina descrito por Nelson Motta como um dos mais lindos duelos vocais da música brasileira. Tim passearia por vários gêneros musicais, mas sempre persistindo como ícone máximo do Soul Brasileiro que contou também com um time como Luiz Melodia (Juventude Transviada), Cassiano (A lua e eu), Hyldon (Na rua, na chuva e na fazenda e As dores do mundo) e, um pouco adiante, Sandra de Sá (Demônio  Colorido), sucesso do Soul nos anos 80.  Na início da década, Toni Tornado já havia prefaciado o movimento com BR-3 e Podes crer, amizade. vencedora do 5º Festival Internacional da Canção em 1970.

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Canção de Protesto

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O contraste entre as letras das músicas do morro e o teor idílico da Bossa Nova Zona Sul (mas também o encontro desses dois universos), junto com a tensão política do país do Golpe Militar de 64, ajudaram a germinar as Canções de Protesto. A constituição do CPC (Centro Popular de Cultura) por um grupo de intelectuais de esquerda junto a UNE solidificou a proposta de uma arte popular engajada, produzindo, por exemplo, o Show Opinião, de Oduvaldo Vianna Filho. Com Zé Keti cantando as dores da Favela e João do Vale as do Sertão, o show contou ainda com a presença inusitada de Nara Leão, “musa” da Bossa Nova. Para espanto de muitos, Nara abandonou a Bossa antes de seu primeiro álbum.Curiosamente, ela também se afastaria das Canções de Protesto quando elas adquirissem um apelo comercial, escolhendo para o Festival de 66 uma canção um tanto ingênua de um jovem compositor, A Banda, de Chico Buarque. Nara ainda nos daria um outro presente, pois ao deixar o Opinião ela escolheu para substituí-la uma desconhecida baiana que ela havia escutado em Salvador, Maria Bethânia, que trouxe para o Rio seu irmão Caetano Veloso.

Os Festivais Televisivos

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A TV surge em 1941, chega ao Brasil na década de 50, mas se populariza apenas em 60. De início seguia a cartilha do rádio, era transmitida ao vivo e com forte apelo musical. Além de shows e programas de calouros, surgiu também os Festivais da TV Excelsior, TV Record e, depois, os da Globo. No mesmo ano haviam diferentes festivais nacionais, além do festival internacional (FIC). Os festivais revelaram nomes como Elis Regina, vencedora do I Festival de 1965 com Arrastão; Chico Buarque, um dos vencedores do Festival da Record de 66, com A Banda; Geraldo Vandré, que dividiu o prêmio com Chico com Disparada, interpretada por Jair Rodrigues; Edu Lobo e Capinam, vencedores do Festival da Record de 67, com Ponteio; Gilberto Gil, segundo lugar de 67 com Domingo no Parque; Caetano Veloso, quarto lugar do mesmo Festival com Alegria, Alegria; e Milton Nascimento, premiado pelo FIC de 67 com Travessia. Em plena ditadura os Festivais foram ficando cada vez mais politizados e com a interferência do Governo no FIC e também o excesso de Festivais acabaram esgotando a fórmula, que teve seu fim em 1972.

Tropicália

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Em viagem a Salvador, Nara Leão assiste a um show de jovens baianos no Teatro Vila Velha. Ali ela encontra a cantora para substituí-la no Show Opinião: Maria Bethânia. A jovem vai para o Rio acompanhada do irmão mais velho, Caetano Veloso, que junto com outro baiano, Gilberto Gil, brilharia no Festival de 67. Inspirados pela Bossa Nova, pelo Pop Internacional, pelos Beatles, pelo Cinema Novo de Glauber Rocha, pela arte de Hélio Oiticica (cuja instalação inspirou o nome Tropicália), pelo teatro de José Celso Martinez Corrêa e pela poesia concreta, os dois baianos, juntos com o compositor e cantor Tom Zé (Parque Industrial), a cantora Gal Costa (Baby), o grupo Os Mutantes (Panis et Circense), os poetas Capinam (Soy loco por ti America) e Torquato Neto (Mamãe Coragem), o arranjador Rogério Duprat, entre outros, iniciam um movimento para, nas palavras de Caetano, retomar “a linha evolutiva da tradição da música brasileira”, com um apelo tanto musical como performativo-visual. O movimento durou apenas de setembro de 67 a dezembro de 68, quando Gil e Caetano foram presos pela Ditadura Militar e exilados em Londres.

Clube da Esquina

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Se a projeção de Caetano e Gil no Festival Nacional de 67 foi decisiva para a formação do Tropicalismo, o sucesso da parceria de Milton Nascimento e Fernando Brant no Festival Internacional do mesmo ano impulsionou a carreira de um grupo de músicos, compositores e letristas de Minas, conhecido como Clube da Esquina, referência ao local que se encontravam em Santa Teresa, bairro de Belo Horizonte. Fundindo as toadas e as músicas folclóricas de Minas com elementos da Bossa Nova, do Jazz, dos Beatles e da música erudita, o Clube da Esquina contribuiu significantemente com a moderna canção brasileira. Além de Milton e Brant, a turma contava com artistas como Lô Borges (Janela Lateral), Márcio Borges (Para Lennon e McCartney), Beto Guedes (Amor de Índio), Flávio Venturini (Linda Juventude), Toninho Horta (Manuel o audaz), Wagner Tiso, entre outros.

Egressos do Mau

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#mau #movimentoartísticouniversitário

Uma iniciativa também importante na virada da década de 60 para a década de 70 foi o Movimento Artístico Universitário (M.A.U.), do Rio de Janeiro. O movimento revelou Ivan Lins, segundo lugar na fase nacional do V FIC com a música Madalena, sucesso na voz de Elis Regina, cantora que lançou muitos compositores. Outro compositor-cantor fruto do M.A.U. é Gonzaguinha, filho de Luiz Gonzaga, muito gravado por Maria Bethânia, cantora que não se limitou a nenhum movimento e que deu forma, interpretação e fama a canções Grito de Alerta. Aldir Blanc é outro monstro da composição oriundo do movimento. Parceiro de diferentes artistas encontrou no mineiro João Bosco uma preciosa parceria que rendeu sucessos como O Bêbado e a Equilibrista.

Jovem Guarda e Ie Ie Ie (anosd 60)

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Misturando Rhythm and Blues (R&B) e Boogie-Woogie (ritmos negros dos Estados Unidos), com a Country Music, os americanos inventaram o Rock and Roll, popularizado em 1955 por Bill Haley e, em 1956, por Elvis Presley.O ritmo contagiante logo alcança os brasileiros que começam a fazer versões em português dos sucessos vindos do estrangeiro. Celly Campello puxa a fila com Estúpido Cupido (Stupid Cupid), Banho de Lua (Tintarella di Luna) e Lacinhos Cor de Rosa (Pink Shoelaces). Também na década de 50 chegava ao Brasil os primeiros aparelhos de televisão, vindos pelos esforços de Assis Chateaubriand. Assim, na década de 60, a telinha já começava a se popularizar no país, mas ainda como uma extensão do rádio, daí a presença tão constante de programas musicais ou de calouros em suas grades. Assim nasceu, em 1965, o programa “Jovem Guarda”, conduzido pela dupla Roberto Carlos e Erasmo Carlos (É Proibido Fumar) e Wanderléa (Pare o Casamento). O programa, que durou pouco mais de três anos, além de consolidar o chamado Iê-Iê-Iê no Brasil, já com a influência também dos Beatles, lançou artistas como Ronnie Von (A Praça), Renato e Seus Blue Caps (Capeta em forma de guri), Jerry Adriani (Doce, Doce Amor), The Fevers (Vem me ajudar) e Os Incríveis (Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones)

Rock Nacional (anos 70)

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Nos anos 60 o Rock chegou ao Brasil através de Cely Campello e da Jovem Guarda. No entanto, a fórmula dos sucessos do movimento logo se esgotaram. O Rock reacendeu-se no fim dos anos 60 com a pegada alternativa dos jovens da banda Os Mutantes, participantes do Tropicalismo. No entanto, nos anos 70 não havia nem mais Jovem Guarda, nem Os Mutantes. Mas dois grandes fenômenos mantiveram o Rock popular. O primeiro, mais duradouro, foi Raul Seixas, fã invertebrado de Elvis, que emplacaria incontáveis sucessos desde 72, quando gravou Metamorfose Ambulante, Mosca na Sopa e Al Capone. Outro fenômeno foi o grupo Secos & Molhados, com Ney Matogrosso, Gerson Conrad e João Ricardo estourando nos dois anos (73-74) da formação original do grupo, com sucessos como Sangue Latino e O Vira.  Além de Rita Lee, egressa dos Mutantes, e de Erasmo, egresso da Jovem Guarda, os anos 70 viram surgir ainda o Rock Rural de Sá, Rodrix & Guarabyra e as bandas “regionais” Almôndegas, de Pelotas, no Sul, e Ave Sangria, de Pernambuco.

BRock (anos 80)

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Se nos anos 70 o Rock esteve menos presente nas mídias, nos anos 80 ocorreu o extremo oposto. Aproximando-se do Pop, o Rock Brasileiro ganhou fôlego logo no início da década com o sucesso da música Você não soube me amar, composta para uma peça de teatro pela banda Blitz, de Evandro Mesquita, Fernanda Abreu, Lobão, Marcia Bulcão, entre outros. O projeto “Rock Voador”, parceria do espaço cultural “Circo Voador” com a “Rádio Fluminense FM”, ajudou a impulsionar o rock carioca revelando bandas como Barão Vermelho, sucesso com Pro dia nascer feliz (de Cazuza e Frejat), Kid Abelha, com Como eu quero (de Leoni e Paula Toller) e Paralamas do Sucesso, vindos de Brasília mas revelados no Rio com os sucesso Óculos e Lanterna dos Afogados, de Herbert Vianna. Logo São Paulo também revelaria bandas importantes como RPM, com Olhar 43, de Paulo Ricardo e Luís Schiavon; e Titãs, de Sonífera Ilha e Televisão, que bebendo de muitas referências artistas deu, nas palavras de Tárik de Souza, “um toque de maturidade e consistência ao BRock, sem perder a leveza adolescente”. Fora do eixo Rio-SP, ou “Longe demais das capitais”, destacaram-se as bandas Engenheiros do Hawaii, de Porto Alegre, com Humberto Gessinger; e Legião Urbana, de Renato Russo, vinda de Brasília. O rock voltava a ser, como nos anos 60, carro-chefe das rádios e da televisão.e Ave Sangria, de Pernambuco.

Heavy Metal & Punk Rock

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A mesma década de 80 que viu estourar a versão mais pop do Rock, acompanhou também uma forte afirmação da vertente nacional do gênero conhecido como Heavy Metal. Surgido na virada dos anos 60 para 70 no Reino Unido e nos Estados Unidos, esse subgênero do rock é marcado por guitarras altas e distorcidas, acompanhadas de baixo e bateria de caráter também denso, apostando num timbre grave e num som massivo e encorpado, portanto, “pesado” (Heavy). No Brasil, o gênero emplaca a partir da vinda da banda Kiss em 1983. Já em 1984 surge a banda mineira Sepultura, combinando o metal internacional com música tribal indígena, africana e japonesa e ganhando reconhecimento internacional com o álbum Arise, de 1991. O Brasil passa a ter, então, relevância no estilo e outras bandas despontam, como a paulista Angra, formada no mesmo ano de 1991, entre outras. Os anos 80 ainda assistiram a afirmação de um forte movimento de Punk Rock iniciado no fim da década de 70 como uma crítica ao regime militar, à censura e à exploração do trabalhador. Bandas como Restos de Nada, Cólera, Inocentes e Ratos de Porão ganharam expressão ao longo da década.

Derivações do BRock (década de 90)

Série #historiampbbetooliveira

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O Pop Rock dos anos 80 seguiu com certo prestígio nos anos 90, bem mais do que teria na década de 2000. No entanto, a fórmula parece começar a se esgotar, o que dá espaço para bandas que, ainda dialogando com o Brock, bebem de outras fontes. Bebendo do Ska, ritmo jamaicano precursor do Reggae, surge o Skank. Já O Rappa, pega influências do Rap, do Funk e também do Reggae. Essencialmente regueiras, aparecem as bandas Cidade Negra e Natiruts. Mais no âmbito do Rap, fazem sucesso a banda Planet Hemp, com influências também do Punk Rock e do Hip Hop e abordando de forma pioneira o debate aberto sobre a legalização da maconha. Também no mesma praia do Rap, com  influencias do Skate Punk, desponta a banda Charlie Brown Jr. Mais fieis ao Pop Rock, fazem sucesso também nos anos 90 as bandas Jota Quest e Ls Jack.

Renovação do Samba (60 e 70)

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Ainda nos anos 60, sambistas de pouco sucesso nos anos anteriores entraram em evidência. Parte do mérito cabe ao jornalista Sérgio Porto que encontrou por acaso Cartola (As rosas não falam), que andava distante do meio artístico. O estímulo ao retorno acabou resultando no Zicartola, restaurante que servia comida de Dona Zica ao som de samba, inaugurado em 63 na Rua Carioca, n. 53. Além de projetar finalmente Cartola, que só foi gravar seu primeiro álbum em 74, o restaurante reuniu velhos e novos talentosos sambistas como Nelson Cavaquinho (A Flor e o  Espinho), Zé Keti (A voz do Morro), Elton Medeiros (O Sol Nascerá -A Sorrir), Nelson Sargento (Agoniza mas não morre), Paulinho da Viola (Coração Leviano) e Clementina de Jesus (Na hora da sede) – descoberta aos 60 anos pelo poeta Hermínio Bello de Carvalho, letrista de muitos sambas dessa geração. O sucesso do empreendimento renovou o samba e abriu a porta ainda para Martinho da Vila (Disritmia), Elza Soares (Se acaso você chegasse) e Candeia (Preciso me encontrar). Enquanto a Bossa Nova louvava os cartões postais do Rio, coube ao samba falar da vida nos morros cariocas.

Samba Anos 70

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Confirmando a presença feminina na música brasileira, mantiveram o prestígio do Samba nos anos 70, principalmente, três grandes cantoras: Clara Nunes, artista já consagrada nos anos 60, emplacou sucessos na década como Tristeza pé no chão, em 73, Conto de areia, em 74 e O mar serenou, em 75. Beth Carvalho, outra dos anos 60, gravou em 78 um de seus maiores hits, Vou festejar. E Alcione, em sua estreia de 75 já mandou Não deixe o samba morrer. Também fazem parte do time de 70 João Nogueira (Nó na madeira), Monarco (Coração em desalinho), Dona Ivone Lara (Sonho meu) e os parceiros Nei Lopes e Wilson Moreira, autores de Gostoso Veneno, outro sucesso de Alcione.

Sambão-Joia

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Surgiu também nos anos 70 uma fórmula mais comercial do samba com melodias cheias de lugares-comuns que Gilberto Vasconcelos nomeou de Sambão-Joia, com Luís  Ayrão (Porta Aberta), Benito Di Paula (Retalhos de cetim) e Agepê (Moro onde não mora ninguém).

Sambandido

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O fim dos anos 70 também foram marcados pelo sucesso de dois sambistas que, dando ênfase ao humor, aprofundando no tema na malandragem (já presente desde o início do samba) e fazendo ácidas críticas sociais inventaram o que ficou  conhecido como Sambandido. Bezerra da Silva, que se definia como “o partideiro indigesto”, lançou sucessos como Malandragem dá um tempo, Bicho feroz, Candidato Caô Caô e A Semente. Já Dicró ajudou a compor e lançou O Barrigudo e Barra Pesada. Para Tárik de Souza, os enredos das letras dos sambandidos “documentam a guerra civil da sociedade partida”.

Samba Paulista: Tumulo do Samba

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Segundo  Ruy Castro, a história do “Túmulo do Samba” ocorreu  quando Vinicius de Moraes assistia a um show do Johnny Alf na boate Cave, em São Paulo. Chateado com alguns presentes que o importunavam ao mesmo tempo em que não valorizavam o samba precioso de Alf, Vinicius haveria se desabafado dizendo que voltaria para o Rio de Janeiro e que São Paulo era o Túmulo do Samba, lugar onde não se apreciava bem o gênero musical carioca. Embora seja inegável que o Rio de Janeiro ocupe lugar privilegiado no rol de sambistas, é claro que o próprio Vinicius tratou de se desculpar e mostrar arrependimento pela frase. Afinal, São Paulo teve compositores como Adoniran Barbosa, que estourou em 1965 com a gravação de Trem das Onze pelos Demônios da Garoa, e Paulo Vanzolini, autor de Volta por Cima e Ronda. Atualmente São Paulo é palco ainda de um grande desfile de Escolas de Samba e de inúmeros blocos carnavalescos que renovam ano a ano o samba paulista.